terça-feira, 29 de abril de 2008

Novela - Dom Casmurro

APRESENTAÇÃO
Dom Casmurro foi publicado em 1900 e é um dos romance mais conhecidos de Machado de Assis - considerado um dos maiores nomes da literatura do Brasil.
É narrado em primeira pessoa pelo protagonista masculino que dá nome ao romance, já velho e solitário, desiludido e amargurado pela casmurrice, conforme lhe está no apelido. O romance, como já observamos, é construído a partir de um flash-back, por um cinqüentão solitário e casmurro, "à la recherche de temps perdu" ("à procura do tempo perdido"), o qual procura "atar as duas pontas da vida" ( infância e velhice). Perpassa. Pois, o romance uma atmosfera memorialista, dando a impressão de autobiografia, a qual, com o se sabe, não tem nada a ver com Machado de Assis. O título do livro ("Dom Casmurro") reflete uma das características mais marcantes do protagonista masculino no crepúsculo da existência: a visão amarga e doída de quem foi traído e machucado pela vida, e, em conseqüência disso vai-se isolando e ensimesmando.
O narrador traça o perfil dos protagonistas da estória (Bentinho e Capitu), revelando, desde as entranhas, o caráter e as tendências de cada um: afinal, o adulto sempre se assenta no pilar da infância, como insinua Dom Casmurro, no final da narrativa, ao referir-se a Capitu: "Se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca" (Cap. CXLVIII).
Cronologicamente falando, a narrativa decorre durante o segundo Império. Quanto ao lugar em que decorre a ação, trata-se do Rio de Janeiro da época do Império: há inúmeras referências a lugares, ruas, bairros, praças, teatros, salões de baile que evocam essa cidade imperial. Por outro lado, há também ligeiras referências a São Paulo, onde foi estudar Direito o ex-seminarista Bentinho, e também à Europa onde morre Capitu, e mesmo aos lugares sagrados, onde morre Ezequiel (Jerusalém).
Debruçado sobre a reconstrução da longínqua inicia de outrora, o solitário e magoado Dom Casmurro vai reconstituindo o “tempo perdido” de sua existência, filtrando os fatos sob sua ótica de cinqüentão amargurado, revivendo a vida subjacente, que jaz nas suas entranhas.
A Novela:
Órfão de pai, criado com desvelo pela mãe (D. Glória), protegido do mundo pelo círculo doméstico e familiar (tia Justina, tio Cosme, José Dias), Bentinho é destinado à vida sacerdotal, em cumprimento a uma antiga promessa de sua mãe. A vida do seminário, no entanto, não o atrai, já o namoro com Capitu, filha dos vizinhos. Apesar de comprometido pela promessa, também D. Glóri a sofre com a idéia de separar-se do filho único, interno no seminário. Por expediente de José Dias, o agregado da família, Bentinho abandona o seminário e, em seu lugar, ordena-se um escravo.
Correm os anos e com eles o amor de Bentinho e Capitu. Entre o namoro e o casamento, Bentinho se forma em Direito e estreita a sua amizade com um ex-colega de seminário, Escobar, que acaba se casando com Sancha, amiga de Capitu.
Do casamento de Bentinho e Capitu nasce Ezequiel. Escobar morre e, durante seu enterro, Bentinho julga estranha a forma qual Capitu contempla o cadáver. A partir daí, os ciúmes vão aumentando e precipita-se a crise. Á medida que cresce, Ezequiel se torna cada vez mais parecido com Escobar. Bentinho muito ciumento, chega a planejar o assassinato da esposa e do filho, seguido pelo seu suicídio, mas não tem coragem. A tragédia dilui-se na separação do casal.
Capitu viaja com o filho para a Europa, onde morre anos depois. Ezequiel, já mocó, volta ao Brasil para visitar o pai, que apenas constata a semelhança entre e antigo colega de seminário. Ezequiel volta a viajar e morre no estrangeiro. Bentinho, cada vez mais fechado em suas dúvidas, passa a ser chamado de Casmurro pelos amigos e vizinhos e põe-se a escrever de sua vida (o romance).

Nem mesmo o leitor consegue decidir-se se ela está mentindo ou não. E aquela famosa pergunta que é a trilogia do romance, não só entre os brasileiros, mas também como os estudiosos do livro de outros países: Teria sido Capitu culpada de adultério?

domingo, 27 de abril de 2008

"Apesar de Você"...

Letra da Música – Apesar de você (Chico Buarque)

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.Viu?

Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimentoVou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro.
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a finezade “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de virantes do que você pensa.

Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.

Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,La, laiá, la laiá, la laiá…….

A História da Música - Apesar de você foi composta por Chico Buarque em 1970, durante o difícil período do governo Médici. Se tornou uma forma de expressão contra o governo. A música veio como um desabafo, onde o compositor demonstra todo o medo e tristeza impressos nas pessoas que viviam dentro do clima de angústia gerado pela ditadura, inclusive ele mesmo.
Relação com o Hipertexto: Dentro da música de Chico Buarque podemos encontrar características marcantes com o Hipertexto. Com uma estrutura linear o compositor narra o atual momento no qual o país está passando, mas remete a um futuro de esperança. A música, criada em 1970, tem enlaces e conexões marcantes com acontecimentos importantes da história. E leva o leitor a uma reflexao, misturando passado, presente e futuro. A música de Chico Buarque não possui a linearidade explícita remetendo a inúmeras associações subjetivas (vide interpreetação abaixo) e objetivas (vide as diversas imagens descritas, sem relação imediata entre si).
Interpretação: A música começa com a demonstração de submissão a alguém, uma pessoa a quem o compositor se refere como você. "Você" tanto para o poeta quanto para as pessoas que captaram o sentido da música naquela época se referia ao presidente Médici. Ao mesmo tempo apresenta um clima de esperança em relação ao futuro, relacionado com a palavra amanhã. É onde entra a expressão que dá título à música: Apesar de você. Apesar de você, senhor presidente, tudo vai melhorar, o futuro promete coisas boas, alegria, amor... É uma luta constante entre o compositor e o poder. Pela letra, que sugere uma mudança nos acontecimentos, no presente ("hoje você é quem manda") o povo (incluindo-se aí o próprio Chico) é que está sendo dominado e submetido, mas no futuro ("Amanhã há de ser outro dia"), se tudo ocorrer de acordo com as esperanças do povo, quem estará por baixo, sofrendo com todas as novidades será o poder. A última estrofe é o ponto culminante das ameaças feitas até então: "Você vai se dar mal".
Hipertexto e Educação:
O trabalho com Hipertexto pode impulsionar o aluno à pesquisa e à produção textual. O Hipertexto como ferramenta de ensino e aprendizagem facilita um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma incidental e por descoberta, pois ao tentar localizar uma informação, os usuários de Hipertexto, participam activamente de um processo de busca e construção do conhecimento.

Tropa de Elite














A verdade é que por muito tempo não se falou em outra coisa no Brasil. E não é difícil imaginar o porquê. Tropa de Elite fala de um dos assuntos que mais incomoda o brasileiro hoje: a violência. Mas sob um outro ponto de vista - o da polícia, seus métodos de repressão, seus conchavos e esquemas. E da classe média, ao mesmo tempo sitiada e comparsa da lógica do tráfico e do crime.
Tendo como ponto de partida o livro Elite da tropa, escrito pelo antropólogo e ex-secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Soares, e pelos ex-membros do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar carioca (Bope), André Batista e Rodrigo Pimentel, o diretor José Padilha, na sua estréia na sétima arte, constrói na tela a história do capitão Nascimento (Wagner Moura), oficial do Bope que, na iminência de se tornar pai, repensa a dedicação à instituição e planeja se ausentar do combate a traficantes e bandidos. Tropa de elite coloca o conflito como um de seus alicerces: de um lado os caveiras do Bope, do outro os traficantes; de um lado a classe média que consome a droga, do outro os policiais.
Baseado no conceito de Ted Nelson, o Hipertexto possibilita novas formas de ler e escrever, um estilo não linear e associativo. “Poderíamos adotar como noção de Hipertexto assim, o conjunto de informações textuais, podendo estar combinadas com imagens (animadas ou fixas) e sons, organizadas de forma a permitir uma leitura ( ou navegação) não linear, baseada em indexações e associações de ideias e conceitos, sob a forma de links. Esses links agem como portas virtuais que abrem caminhos para outras informações”.
Reafirmando esse conceito de Ted, está Lévy, “O Hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. O nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos, sequencias sonoras, documentos complexos que podem eles mesmo ser Hipertexto”.
O Filme Tropa de Elite traz em sua narrativa vários exemplos de Hipertexto, uma vez que para esses pesquisadores os nós não se restrigem a textos.
O livro Elite de Tropa – A não linearidade dos Hipertextos é apontada como a vantagem desse sistema. O modelo Hipertexto oferece capacidade tanto para aumentar a qualidade da informação heterogénea, quanto para facilitar seu uso.
E você já assistiu ao filme Tropa de Elite? Faça aqui seu comentário!!!

Definição

Hipertexto = Texto suporte que acopla outros textos em sua superfície, cujo acesso se dá através dos links que têm a função de conectar a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal. Juntamente com o termo hipermídia, hipertexto foi cunhado em 1965 pelo filósofo e sociólogo estaduniense Ted Nelson, pioneiro da tecnologia da informação. O conceito de Hipertexto precisa abranger o campo linguístico, já que se trata de textos.
Em computação, Hipertexto é um sistema para visualização de informação cujos documentos contêm referencias internas para documentos (chamadas de hiperlinks ou, simplesmente, links), e para a fácil publicação, atualização e pesquisa de informação. O sistema de Hipertexto mais conhecido atualmente é a World Wide Web, no entanto a internet não é o único suporte onde este modelo de organização da informação e produção textual se manifesta.